terça-feira, 17 de março de 2009

[10] A menina da mini-saia!

Praticamente nesta empresa só existe duas mulheres que usam saias. Uma já descrevi e comentei um pormenor que nunca deveria ter descrito. Tinha que ser dito! Senão o segredo ficava aqui comigo e ainda tinha alguma coisita má e ninguém depois sabia o porquê. Ainda ficava um mês, no hospital, fechado nos cuidados intensivos, completamente isolado dos outros pacientes. Com garrafões de soro fisiológico ligados por um estreito tubo de borracha transparente, ao meu corpo. Ao mesmo tempo o soro pingava para dentro de um invólucro de plástico transparente. Isto já para não falar da quantidade de fios e eléctrodos que tinha ligado ao corpo, tipo teia de aranha. Nem o Dr. House consegui desvendar este estranho caso, talvez o Fox Mulder dos X-Files era capaz de descobrir. Mas não passava de um simples caso psicossomático, sobre…bem já descrevi uma vez e não quero voltar a lembrar-me antes que me dê mesmo alguma coisa má e vou mesmo para na realidade ao hospital.

(Pensando melhor, e se ela tivesse vestida de enfermeira. Como seria?)

Eu quero, é mesmo falar sobre um pessoa que quase todos os dias, tinha que ir ao minúsculo gabinete dela. Não e que não goste falar com miúdas giras e contentes com a vida. Mas a malta da empresa já anda a desconfiar. Já me perguntaram, logo no meio da terceira semana de cá estar, se eu gostava de alguém dentro da empresa. Resposta imediata: “NÃO! Não vim cá para isso! Estou solteiro e bem solteiro! Não sou como determinadas pessoas que por aqui já passaram. Só vim fazer o meu trabalho e regressar a casa!”

Na segunda vez que fui ter com ela ao seu gabinete, o meu inglês de repente ficou esquecido, por breves momentos. Acreditem que nunca esperei ver um cruzar de pernas como no instinto fatal. Imaginem só o cenário: Chego ao gabinete dela, uma coisa com três metros por dois de largura, para tratar de um assunto. Cumprimento-a e começamos a falar do assunto do qual eu ia tratar, mas sem ela se mexer da posição donde ela estava. Isto é, com o corpo totalmente virado para o computador. Quando de repente ela lembra-se, e vira-se na minha direcção, afastando-se da sua secretaria, e ao mesmo tempo deixa à vista a sua mini-saia e as suas belas e finas pernas na totalidade. Eu claro fiquei por breves momentos de fracções de segundo a espera do que sairia dali. Não é que quando ela termina de se afastar da mesa, cruza as pernas mesmo na minha direcção. Tal e qual como no instinto fatal. Claro que naquele momento em que eu estava a falar inglês com ela, todo o meu inglês foi fatalmente e literalmente morto, porque nunca mais voltou a ser o mesmo nos minutos seguintes. Acho muito pessoalmente o dia todo e o resto da semana.

Imaginem uma jovem ai na casa dos vinte e dois, vinte e três anos. Por volta de um metro e sessenta, corpo fino e bem torneado. Pele branquinha, cabelo escuro e olhos castanhos, ligeiramente rasgados, com os lábios bem finos e sempre com o seu batom rosado. Maioria das vezes ou anda de saia (ou mini saia), ou de vestidos. E raro usar calças, não me perguntem porquê. Mas das poucas vezes que a vi, achei que ela até tinha uma rabinho bem torneado e bem giro. Nada de rabinho empinado, apesar de pequeno, até é bastante bem torneado. Pronto! Com umas boas curvas...esta rapaziada gosta destes pormenores bem descritos! O seu nome no qual eu não vou divulgar, acho para os meus padrões portugueses um pouco, digamos usando o termo pimba, ligeiramente pimba. Mas os colegas dela têm o costume de usar os diminutivos. O nome dela versão curta fica como qualquer coisa com nome de gato para mim. Não é que seja uma bela gata!

É verdade que os meus colegas portugueses e alguns checos não gostam muito dela. Não é uma questão de ciúmes, mas mesmo de competência. Não há bela sem senão. O senão aqui não é só o nome, para mim, mas também a competência para fazer as coisas. No meio desta história toda, andei quase um mês, quase todos os dias no gabinete dela, isto tudo para resolver uma merda de um assunto que era arrendar uma casa. Claro que isso trouxe alguns problemas com os meus colegas de trabalho que já andavam a pensar coisas.

Continuo a não entender uma coisa. Porque ela que cada vez que tem que vir aqui acima ao meu andar, ter reuniões com a chefe dela. Tem que mandar imprimir as coisas dela no meu escritório? Existe uma impressora mais perto da chefe dela! E escusa de vir aqui muitas vezes. Só me desconcentra a mim porque tenho que a cumprimentar, e os meus colegas, que mal a vêem começam com comentários. Como por exemplo olharem para as pernas e a fazerem-me sinais. Porque isto aconteceu precisamente agora, quando eu estava a escrever isto!

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