domingo, 28 de junho de 2009

[45] A última imagem, o adeus...

Durante o nosso ultimo almoço aqui na fábrica, disse-lhe que ia chover. Era um sinal que o tempo estava triste pela partida dela. Dito e certo, fui terminar o almoço, abrir a porta para nos sairmos e vemos os dois juntos no meio da chuva. Tempo quente como a nossa relação, a chuva como tristeza, parecia um sinal dos deuses.

Não consegui ter palavras para me despedir dela, por mais treinado que estivesse para dizer o que manda a tradição a nível de trabalho. Estava simplesmente anestesiado e confesso para dizer a verdade. Não tinha qualquer tipo de palavras para descrever o que sentia, nem queria demonstrar um pouco sequer. Mas ela percebeu e chamou à despedida, o estilo português de dizer adeus.

Ofereceu-me os cinco parafusos e as duas anilhas que ela tinha junto ao computador que servia para ela se distrair um pouco, enquanto ela tinha que trabalhar arduamente. Nunca ela soube que o número cinco tinha sido no passado o meu número favorito e o número de turma durante os meus tempos de escola até à universidade.

Saiu sozinha do edifício, com o seu casaco castanho e os seus jeans azuis. No ombro direito transportava o computador. Abriu rapidamente a bagageira do carro e o colocou lá. Na mão esquerda estava um ramo de cravos cor-de-rosa com mistura raiada de branco. Colocou-os na parte de trás do lugar do condutor.

Entrou, ligou as luzes, depois os limpa-vidros, sem qualquer tipo de sentimento ligou o carro e começou a manobra de marcha atrás. Pelo menos lugar onde nos chegamos a cinco meses atrás, foi o mesmo caminho inverso que ela vez. Tal como eu farei daqui a um mês, mas a pé. Entre as cortinas, fui o ultimo daqui a vê-la.

Fiquei sozinho entre os nativos. As minhas lágrimas, era a chuva que caia sem parar. O tempo expressava bem o meu sentimento, apesar de eu não conseguir expressar. Este sentimento de sensibilidade português e demasiado sensível em comparação ao alemão.

Soube poucas horas depois, que no outro lado da fronteira não chovia.

[44] Reunião surpresa

Estava aqui esta bela donzela abandonada a sua sorte, alterando uns desenhos em CAD, como se trata-se de tricô. Quando de repente chegam nas tuas costas quatro pessoas. Quatro checos, dois da empresa os outros dois, descobri passados alguns minutos, da empresa de construção. Queriam ver os desenhos que eu tinha feito uns meses antes e que por acaso estava a altera-los por causa de uma porta de não estava no sítio certo. Claro que estava eu a alterar os desenhos, e tudo que estava relacionado por causa daquela maldita porta. Que consegui alterar com completo tudo que eu tinha projectado e as respectivas fases de projecto. Pois que estava porta fez-me que o espaço que tinha para tudo, afinal não tinha espaço para nada. Não tinha espaço para por as caldeiras que eram pedidas.

Sendo o tipo da informática o meu tradutor, rapidamente a reunião se transformou em uma reunião cem por cento checa. Claro que eu próprio já nem ligava. Mas no momento que fiz a proposta de se ir ao local da obra, foi uma maravilha. Se a reunião já era 100% checa, aí passou a 200% checa. Pelo menos saíram das minhas costas. E depois até gostei porque todas as opiniões, das poucas que dei, foram discutidas entre eles e aceites sem que eu dissesse mais alguma palavra. Mais uma vantagem, o pouco que falei em inglês e foi traduzido foi aceite. Afinal o português tem boas ideias, e não estavam a espera disto.

No inicio éramos cinco pessoas, no fim da reunião éramos sete. Só me fizeram um único pedido, para concluir o trabalho que eu estava a fazer o mais depressa possível ate ao final da semana. Ora isto era uma terça-feira a meio da manha. Eu só disse que estava pronto antes da hora da saída e na realidade estava pronto.

Quando o responsável da electrónica disse aos restantes que era engenheiro, o respeito e o medo sobre a minha pessoa elevou-se radicalmente. Afinal o tuga é engenheiro. A razão pela qual tinha conhecimentos muito acima do que estávamos a espera.

Factor surpresa: nunca disse que já tinha trabalhado em direcção de obra, alias, nasci no meio, respiro e transpiro obras.

[43] Portugueses menos dois

Está confirmado quem será o segundo.

Eu fico para fechar a casa. Parece uma triste sina minha, sempre o primeiro a abrir ou o ultimo a fechar. Desta vez a regra não confirmou a excepção.

Agora fico conhecido pelo VIP português. Como eu gosto de gozar com a situação, e não tenho outra hipótese senão gozar. Digo que VIP significa "Very Important Portugueses". Não há nada tão bom como brincar com as palavras.

[42] O Exílio

Cada vez mais chego a conclusão que me encontro num exílio. Não daqueles exílios auto imposto ou mesmo obrigado por questões políticas.

Ultimamente tenho andando a ver a serie O Equador, e dou às vezes por mim, a fazer uma espécie de avaliação entre o personagem Luís Bernardo e a minha pessoa. Porque ambos nos encontramos numa espécie de exílio. Só me pergunto, se entre mim e o principal personagem somos iguais entre nós?

Onde está a minha Anne?

[41] Portugueses: menos um

Dos três portugueses que por aqui existem, este é o primeiro a ir-se embora.

Existe coisa más que realmente detestei agora no fim. O director dele tinha uma proposta para ele ficar aqui mais tempo para implementar e concluir o trabalho. Mas não...o senhor decidiu meter férias e só aparecer no último dia para assinar os papéis. Todo o trabalho que G. tinha feito, desde o inicio. Desde à base de dados que ele criou para implementar o sistema com mais detalhe e mais rápido, será simplesmente deixado a um canto. Sabe-se lá por quanto tempo mais e se alguma vez será usado. Um sistema que já esta a cerca de dois anos para ser implementado, em seis meses por um único homem foi construído os seus alicerces e as suas paredes. Falta o resto o telhado e os acabamentos. Tudo isto será deixado a um canto. Atrasando assim a eficiência económica da empresa. São homens como estes que fazem a diferença, são homens como o director que fazem a ma diferença. Deitar trabalho valioso para o lixo, como se tratasse de papel higiénico depois de usado.

Agora falta saber quem será o próximo a ir-se embora. Serei eu ou não eis a questão...

[40] Onde estão todos?

Dia em grande para alguns. Vai haver uma visita grande de alguem de fora, quem eles sao nao me interresa, nem quero saber. O normal da minha parte. Como o meu trabalho tem sido baixo de zero, hoje decidi vir de jeans e de t-shirt. O mais informal possivel. Geralmente e as sextas-feiras que venho assim (uma especie de protesto nao formal). Como nao me dao trabalho para fazer, vou inventando alguma coisa. Como leitura de livros, por vezes vou olhado para os dois dicionarios que estao em cima da mesa. E se em cima da mesa estivesse as paginas amarelas eu tambem as lia. Isto e o inicio da insanidade, de nada estar a fazer. E estar aqui longe de tudo e de todos para nao fazer nada, mais vale a pena estar em casa. Ai sei que pelo menos vou fazendo alguma coisa, como ler, jogar, estar longas horas na banheira cheia de espuma a beber uma bebida e a fumar um cubano. Estar aqui e estar agarrado a um computar, em que nada aparece para fazer e o que aparece e logo despachado num instante. Despachado com rapidez, qualidade, clareza e perfeicao. As vezes ate rapido demais para os normais padroes daqui.

Nem sequer a minha colega mini-saia esta por ca, so mesmo a P. com as suas tradicionais saias apertadas, com o perfume dela a correr pelo ar no corredor. Nem a voz de Mr. Burns, oico pelos corredores a protestar. Isto de nao ter ninguem com quem falar a minha propria lingua comeca a ser um pesadelo, por vezes dou por mim a esquecer com se a fala. Enquanto isto os passaros la vao ocupado os ninhos e cagando as janelas, ja que ninguem as limpa.

[39] Depois da tempestade a calma

Nas últimas semanas foram de trabalheira daquelas que era tudo para ontem e mesmo assim tinha a seria dúvida se não seria para anteontem. E quando chegava a casa o trabalho não acabava. Fazer o jantar, limpar a casa, e estudar e preparar as coisas para o dia seguinte. Não conseguia desligar. Os representares do estado-maior alemão estava por cá para ver o que se passava e como ia as coisas. E a mim calhou um trabalhito que ninguém queria, claro como voluntario forcado. Deram-me um mes para apresentar alguma coisa, nem que seja um rabisco. Depois de vários pedidos de informações que não tiveram respostas, tive que meter as mãos ao trabalho de uma outra maneira. Se não e de uma maneira e da outra, e lá tive consegui começar. Mas esta tarefa estava complicada, não e que o computador não suportava o processamento exigido. E antes de descobrir que ele não tinha capacidade tive três dias a espera que a rapaziada instalasse o software que precisava. Mas não viram que o computador não tinha capacidade, não viram ou fingiram que não viram. O trabalho para tão bom ou tão não que ninguém queria tocar nele. Enquanto o baixinho e entroncado da informática, instalava o software no novo computador, fiz-lhe uma pequena confissão...o trabalho estava pronto em menos de duas semanas.

Dito e feito, antes dos representantes do estado-maior porem os pés na fabrica, a tarefa estava concluída e com sugestões para discussão para futuras alterações após a implementação do sistema. Bastou uma reunião de menos de vinte minutos para ter o projecto aprovado, ser dado os parabéns e com o convite para visitar umas instalações alemãs.

O sucesso foi tão bom ou tão mau, que os que não quiseram aceitar o trabalho queriam agora uma cópia do projecto. Nem pensar...só quem me deu a tarefa e que tem acesso incondicional ao material que existente. Queriam não queriam? Isto e só para mostrar o que um português vale.

Enquanto estou aqui com uma vontade enorme para dormir aqui na minha secretaria, estão estes gajos aqui atrás de mim a discutir. E conhecendo como já os conheço, nem e necessário conhecer a língua para perceber o que ele estão a dizer, mas o assunto e uma merda e alem de ser uma merda, não tem nexo nenhum. Daqui a menos de 5 minutos estão calados com o focinho colado ao ecrã do computador e a beber café, o típico...Até me apetece olhar para trás e pedir para se calarem porque aqui a alguém que quer dormir!

[38] Mudança de instalações

Já andava a estranhar, que havia qualquer coisa não batia certo. Uma breve discussão e uma planta sobre um escritório novo. Mas como aqui as coisas aqui andam devagar e devagarinho, por isso desconfiei, estranhei mas não liguei. O que fiz de melhor. Mas o andava mesmo a estranhar e que já a três semanas o escritório não era limpo. E a volta do meu caixote do lixo comunitário era só lixo no chão por aspirar.

Chegou sexta-feira, e começo a ver os meus colegas a arrumar as coisas em caixotes. Nem liguei, daqui já espero tudo. Ate que alguém me diz que na próxima segunda-feira vamos mudar de escritório. Vamos para o piso de baixo. Por um lado não sabia se havia de ficar contente ou triste. Primeiro já estava farto deste escritório que parece um forno. Mesmo de inverno com menos onze lá fora, temos que abrir as janelas para que ele não seja tão quente. E o que da bater o sol o dia todo, ter aquecimento central e ar condicionado, se o vi uma vez ligado e mesmo assim foi por um quarto de hora porque alguém reclamou.

[37] Bomba

Mais um mísero dia que quase nada fiz. Passei quase a parte da manha a preparar os ensaios. Só faltava mesmo a ordem final para passar os dois próximos dias a realizar os ensaios. Decido ver o que se passava na montagem dos equipamentos, para não passar tanto tempo na revisão dos procedimentos. Já era tempo em demasia em revisões de procedimentos. Não é que chego ao laboratório e tenho uma das bombas em pleno débito e a verter agua por todos os lados. Com três pessoas a volta dela completamente atrapalhadas sem saber o que fazer. Isto já para não dizer que a área estava quase toda alagada de agua.

O monstro de aço que pesa tanto como um elefante, nem um toque, nem um mero arranhão sequer. Hoje não é dia do monstro perder a virgindade de todos os buracos que possui! Talvez amanha, talvez depois...deixa só a bomba estar a funcionar em normais condições de operação que eu pessoalmente trato do assunto.

No entanto eu continuo a esperar e a desesperar pelos cantos do escritório...

P.S.: Maldita bomba!

[36] A morte de Socas

Socas é o nome do meu canário, alias era…faleceu na passada quinta-feira! Nem sequer um ano tinha. Mas comia tanto, mas tanto que por vezes eu lhe chamava bola de ténis. Não são pelo tamanho que ele estava, mas também por ser amarelo. Adorava este putanheiro, que se farta. Ainda bem que nunca lhe arranjei uma canaria, mais por aviso de pessoas que tinham canários da mesma fonte de origem do meu. Cantavam muito bem, mas mal entra-se um fêmea na gaiola, passavam mais tempo a fornicar e a por ovos do que a cantar. Foi por isso que surgiu o nome de putanheiro.

Ainda me lembro quando ele me chegou lá casa, dentro da gaiola com um plástico a cobrir a gaiola por cima. Mal se tirou o plástico, vejo um canário novo, bastante assustado e algo curioso do local onde estava. Lá lhe dei de comer e durante os três dias seguintes não parou de comer, até que ficou pela primeira vez no formato de bola de ténis. O nome foi a coisa mais estúpida que podia arranjar. Quis um nome de um filósofo, mas nenhum deles me agradava. Pensei em Platão, mas era triste de mais para um canário. Pensei em Sócrates, mas também não. Fazia lembrar o primeiro-ministro! Até que decidi encurtar o nome e ficar…Socas!

O animal comia tanto, mas tanto e sem qualquer tipo de controlo que tive que começar a controlar a ração. Foi o melhor que fiz, porque dias depois de começar a controlar, deu-lhe o primeiro sinal de princípio de ataque cardíaco. Efeitos de excesso de comida. Encontrei quase esticado, no fundo da gaiola a piar de agonia. Lá o consegui salvar dessa vez.

A partir desse dia, passou estar na sala, com a companhia dos humanos. Fazia o que lhe queria e que lhe apetece, especialmente sujar o chão com a comida. Quando parti, para fora do país, todos os dias quando tenho que falar com os meus pais via internet. Aparecia-me aquele bicho amarelo, no canto inferior da janela. Muito quieto, muito silencioso, e muito atento. Parava tudo o que estava a fazer para ouvir a minha voz.

Na quarta-feira começou a ter um comportamento estranho, estava novamente gordo, na quinta-feira de manha estava de pernil esticado. Desta vez não estava lá para o salvar…mas quem o manda comer tanto!

[35] Dia de Ignoração

Nos últimos dias tenho tido seria dificuldades em dormir. Não sei se e desta brusca mudança de temperatura ou do que seja. Só me de lembrar que nesta pequena terra em meio de algures, consegue estar mais quente do que em Portugal, e no mínimo estranho.

Começou logo pela manha, cinco da matina já estava acordado e não consegui dormir mais. Quando finalmente me levanto para ir me arranjar para ir trabalhar, tenho o azar de me assoar, porque o nariz estava entupido e...comecei a sangrar do nariz. Só parou mesmo ao fim de uma hora e com serias dificuldades. Isto para não dizer que só cheguei ao trabalho quase uma hora depois.

Quando ia a sair do prédio, passo por um vizinho que nunca tinha visto ate agora. Saiu da primeira porta do primeiro andar. Um homem bastante forte, com uns olhos azuis muito abertos e sem qualquer tipo de movimento. Tive a estranha sensação de estarem cegos ou devem estar a caminharem para isso. De bengala, de chinelos calcados e de meias brancas. Cumprimentou-me, depois de eu ter cumprimentado, o que me levantou ainda mais dúvidas em relação a sua visão.

Já bastante atrasado, mal saio da porta do prédio, dou de frente com um carrinho de bebe azul. Com um bebe lá dentro mas sem ninguém por perto. Um carrinho de bebe, com um bebe lá dentro e sem ninguém por perto

Na parte de manha enquanto estava a trabalhar, e no outro lado da rua, no outro edifício da fabrica, pode observar durante quase toda a manha, um individuo, que não sei quem e. Só não tinha era o casaco do fato, de resto estava bastante formal, com gravata incluída. De auriculares nos ouvidos. Gesticulava, como se tivesse a falar com alguém mesmo a sua frente e ao mesmo tempo possuía uma caneta numa mão e um pequeno caderno na outra. Estas tecnologias modernas, podem fazer um homem estar ligado ao mundo, mas por vezes acabamos por fazer uma figuras mais ridículas.

Tentei telefonar para uma amiga minha para dar os parabéns e desligou-me o telefone. Só podia estar ainda a dormir para fazer uma coisa dessas. Bem a ultima situação igualzinha a esta que me aconteceu, nunca mais falei com a pessoa. Porque ficou ofendida por ter telefonado para dar os parabéns, parece que interrompi algo (porque estava com o namorado que tinha conhecido dias antes). Por isso estou a começar a ficar tentado a não dar qualquer tipo de parabéns seja a quem for e do que for. E mais saudável para todos.

Neste estranho dia o melhor que tenho a fazer e fazer o meu trabalho e ignorar o que se passa a minha volta, e saudável. Alias quantas pessoas já comecei a ignorar? Muitas, mas mesmo muitas, so espero que não tenha magoado alguém que não merecia.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

[34] Inveja


Não sou, nem gosto de ser invejoso, mas…hoje estou particularmente invejoso. Sim porque alguem esta em viagem por Bruxelas e eu que tambem fui convidado e nao posso ir. Ai que inveja...

Enquanto estou no escritorio a beber um sumo de pacote de pessego (broskyňa) da Včielka Maja (Abelha Maia)

[33] Olhar

Tenho andando com uma estranha sensação. Eu que raramente falo com P. e ela nos últimos dias tem me olhado numa maneira um pouco estranha. Só tenho umas interpretações para aquele olhar, mas tenho andando tão atarefado que ainda nem pensei no que quererá dizer aquela expressão. Mas uma coisa e verdade...os olhos não mentem.

P.S. Faz-me um pequeno favor P. Não ponhas tanta maquilhagem. Pareces que tens trinta e dois anos, mas na verdade tens vinte e seis.

[32] Orgasmos a comer

Durante o tempo que vivi na residência de estudantes apanhei varias cenas bastante caricatas, outras bem estranhas. Apesar da loiça na cozinha estar sempre suja, quase não se ouvir ninguém nos corredores. O silêncio era tanto que conseguia ouvir os ponteiros do relógio eléctrico a mudar de minuto a minuto. Estranho e fantasmagórico sitio. Ate que um dia...

Ate que um dia começaram aparecer pessoas. Não eram estudantes, mas sim pessoas na casa dos quarentas, outras na casa dos cinquentas. Pela forma que se comportavam e se apresentavam, muito provavelmente eram pessoas ligadas ao sector da construção ou da indústria pesada. Um dos dias, entrei pela cozinha adentro e estava um homem bastante gordo a jantar na única mesa que exista lá. Um homem bastante curioso, que me fez várias perguntas, só que não teve muito sucesso, porque eu simplesmente não sabia nem uma palavra da língua. Tive que responder em inglês que não percebia o que ele estava a dizer. Ficou ainda mais curioso, perguntou-me logo se eu era inglês, o que eu respondi logo de imediato que não...era português. Então que ele ficou ainda mais curioso, e acabou por me dizer o nome de quase todas as cidade que existem na região do grande Porto. Agora quem ficou com curiosidade foi mesmo eu. Voltou-me a fazer uma nova pergunta enquanto eu esperava pela comida a aquecer no microondas. – És do Porto, clube? – fiquei um pouco curioso e ao mesmo tempo desconfiado, como e que ele sabia os nomes das cidades e do FCP? Como eu não ligo muito ao futebol, mas respondi que não que era do Benfica. A resposta ainda foi mais curiosa, sabia o nome de um dos jogadores do Benfica, que por acaso dos acasos e checo.


 

No dia seguinte e apesar de já andar desejoso por sair daquele estranho edifício, vou novamente a cozinha. Sim porque durante um mes andei a comer comida instantânea. Já nem conseguia ver aquele tipo de comida, mas era a única que conseguia fazer, porque não tinha mesmo condições para fazer comida em condições por ali. Entro com o prato de comida instantânea para colocar no microondas e estava um homem na mesma mesa a jantar. Era do mesmo grupo. Mas este era um pouco, e bastante diferente. Eu não sei o que aquela sopa tinha, mas sei que eles têm um estranho hábito de colocar bastante picante na comida. Talvez seja do frio! Não, não podia deixar de reparar num pequeno pormenor, que confirmava tudo...a embalagem de picante estava em cima da mesa. Este tipo comia de uma forma bastante estranha que até me dava arrepios só de ouvir e olhar para ele. Sem me esquecer de referir que este tipo olhava seriamente para mim. Comia a sopa de uma maneira tão estranha que alem de literalmente chupar a sopa através da colher, emita um estranho som. Parecia que estava a comer a sopa e ao mesmo tempo a ter um orgasmo.

Pira-te mas e dali ates que o tipo te enrabe...

[31] Fez-se luz. Chegou a primavera

Finalmente o inicio da primavera. Bem quase! Quase, porque o tempo anda muito instável, mas pelo menos não dá para nevar. Aleluia! Finalmente o fim da neve. Essa coisa branca, fofa e ternurenta só esta mesmo nas montanhas.

Apesar do sol começar a aquecer, a roupas também estão a começar a diminuir. Agora sim, agora vale bem a pena olhar para todos estes atributos que temos a frente dos nossos olhos. Tatuagens, mini-saias (não e que durante o inverno não exista), decotes..., calças curtas...., ai!

Por falar em mini saias, não podia me esquecer de me referir um pequinito pormenor. Desde que o sol começou a aquecer o ambiente e a primavera a mostrar os seus primeiros e longos sinais de existência, a minha colega mini-saia, deixou de usar mini-saias. Alias durante quase duas semanas, só a vi mesmo três vezes de saias. Até fiquei um pouco confuso com a situação. Mas ainda bem...apesar de não conseguir acreditar que aquela carinha de boneca de porcelana, tenha vinte e seis anos. Dava-lhe à vontade vinte dois, e no máximo vinte e quatro. Já agora, ela também ia partindo a cabeça precisamente no mesmo situo. (Descobri estes pormenores, quando fui parar ao hospital). Tenho que admitir que ela até tem uma pernas bonitas, e o que e bom e para se ver!

Durante o inverno, o parque por onde passo todos os dias, estava sempre coberto de neve por cima daquele asfalto preto. Quando a neve começou a desaparecer reparei que existiam umas marcas no chão, com números. Agora sei o que é. Todos os dias quando saio de casa, já estão os vendedores ambulantes a instalar as suas bancas para vender flores e hortaliças para plantar. Um povo que têm um bom habito de gostar ter um jardim florido, independente da sua condição económica ou social, tempo ou ausência. Nisto eles não são como nos portugueses, que gostamos de ter os jardins das nossas vivendas, tudo ladrilhado ou asfaltado, ou mesmo sem jardim. Uma coisa feia, horrorosa, cheio de ervas, ou de tralha.

Se a primavera for tão dura como o inverno, acho que já comecei a ter os primeiros sinais de febre da Primavera. Sou mesmo obrigado a usar óculos de sol, porque com os aviões como estes, sejam aviões de ataque ao solo ou de caça. A luta pela resistência de não olhar para não cair na tentação e no pecado carnal e no mínimo complicado e difícil resistir. Venham elas…

Os pardais já lutam pelo ninho de andorinha que esta na janela mesmo a minha frente. As duas teias de aranha que estão coluna na parede, estão cada vez maiores. E a pequena joaninha continua a subir na direcção delas!


 

P.S. Se o Sol continuar a aquecer o ambiente, difícil será resistir no escritório por muito tempo. Porque se já era um forno durante o inverno, nem quero imaginar como será no verão com o sol a bater directamente o dia todo nas janelas. Prova de sobrevivência numero dois!

[30] O dia seguinte

No dia seguinte a entrada do novo director, fiz até questão de chegar um pouco mais cedo do que é hábito. Nada de novo estava a acontecer, tudo na mesma. Até eu estava mais atento do que o costume, para ver o que poderia acontecer.

Ele chega e nada se passa, a não ser o novo computador que está o tipo dos computadores a instalar para ele.

Até que acontece uma cena um pouco insólita é que deixou os meus colegas com um sorriso nervoso disfarçado e de boca aberta. No preciso momento em que o antigo responsável temporário do meu departamento entrou, e maldita a hora que ele entrou. Porque quando ele mal entrou, o novo director chamou-o para ele arranjar a cadeira dele! O homem com uma paciência e uma calma fora do normal, vira a cadeira ao contrário e começa a ajusta-la e dar uns toques para ela ficar em condições. Todos nos ficamos como ficamos com um sorriso disfarçado e de boca aberta, porque ninguém estava a espera desta cena.

Vamos lá ver o que mais irá acontecer.

[29] O choque vai começar

Perante a presença do novo director as minha funções também iriam mudar radicalmente, mas para isso teria que esperar mais uns dias para ver o que ira acontecer. No entanto o ambiente do escritório estava a começar a ficar um pouco mais denso e intenso. O novo director é Polaco. Os Checos e os Polacos têm uma velha rivalidade, na qual não se podem ver uns aos outros. O choque irá ser duro e violento. Nem eu próprio estou bem à espera do que irá acontecer. Mas e melhor preparar-me para o que virá acontecer. Não sei qual é a diferença entre este choque e a queda de um meteorito em terra.


 


 

[28] Novo director

Quanto entrei no meu apartamento novo, passados uns dias a minha colega mini-saia, pediu-me se o novo director que ai vinha, daqui a uns meses trabalhar, se podia ver a minha casa. Porque ele estava interessado em ir viver para esta terra, e eu ia embora daqui a uns meses, ele podia ficar com o apartamento caso ele tivesse interessado. Lá vi o apartamento, mas não ficou muito interessado. E só vi durante mais umas horas no escritório.

Precisamente no dia das mentiras, quando vinha em direcção a fábrica, passa por mim um carro de matrícula alemã. Ora não é muito normal um carro estrangeiro por estes lados, excepto carros polacos. Assumi que aquele carro ia para a fábrica. Dito e certo a minha dedução não falhou. Entro no escritório e quase uma hora depois entrava uma colega minha com uns pequenos pães tipo coverts. Como era dia das mentiras tudo era de esperar. Sem ter a mínima noção do que se iria passar, decido ir a cantina comprar uma garrafa de água, mas quando regressei ao escritório apercebi-me que a mesma não estava em condições. A data de validade tinha passado dois meses. Volto para trás. E quando volto para trás sou literalmente barrado pelo director principal. Simplesmente contorno-o e continuo a não perceber o que se iria passar. Estranhamente todos os meus colegas se dirigem apressadamente para o escritório, neste caso para o meu departamento. Tive que voltar para trás com a garrafa fora de validade na mão. Estava o director principal e uma outra pessoa ao lado dele, de igual modo de fato, óculos e com a mesma cor de olhos. Mas estrutura mais baixa, mais velho e com o cabelo branco. Era a apresentação do meu novo director!

Começou o discurso de apresentação e um dos meus colegas queria-me fazer a tradução, na qual eu dispensei, porque estava muito mais interessado na água no que no discurso. Ainda por cima numa língua que eu conheço bastante pouco. Apesar de eu estar na parte final do grupo, porque eu quis, todos os meus colegas pareciam umas estátuas. Tão atentos que eles estavam, nem eu imaginava o porquê. Terminou o discurso, tive que bater palmas como os outros e a continuar a não aperceber nada do assunto. Lá começaram as apresentações individuais e eu junto com o resto da rapaziada do laboratório lá saímos de fininho. Porque eu queria trocar a garrafa de água que estava fora de validade e também porque estava com uma sede desgraçada. Troquei a garrafa de água por uma nova e dentro da validade. Volto como se nada fosse comigo para o escritório. Ainda estava quase todos lá dentro por causa das apresentações formais e a comer os coverts. Nos quais não toquei porque eu estavam mais com sede do que com fome.

Depois disto tudo e já passadas umas duas horas entra ele, com umas pastas e o computador. Ocupa por ocupar um lugar que tinha ficado vago no dia anterior. Ficamos todos a olhar uns para os outros sem saber o que pensar. Claro que eu nem sequer pensava, nem queria saber o que se passava por ali. Mas de repente a minha cabeça, ainda com o ferimento da cabeçada que dei contra o armário começa a estranhar aquela nova personagem que ali estava. Até que de repente na minha cabeça mocada fez-se luz…

O novo director é precisamente a mesma pessoa que esteve no meu apartamento umas semanas antes!

[27] Ida de emergência ao hospital

Nunca pensei e nunca passaria pela cabeça ter que ir parar ao hospital. E foi precisamente o que me passou pela cabeça, ou melhor o que bateu na minha cabeça para ter que ir parar ao hospital. Malditas tradições britânicas que me lixaram a cabeça desta vez.

Após a hora do almoço e como tradição, foi beber um chá. Sai do meu escritório e dirigi-me à kitchett. Começo a aquecer água e ponho o pacote de chá dentro da chávena. Por coincidência o chá tinha o nome de English Breakfast. Mas ao por o pacote no lixo é que aconteceu tudo. A desgraça tinha começado daquele preciso momento.

Ao por o pacote no lixo, a senhora da limpeza, ou técnica de limpeza como agora se chamam. Tinha acabado de tirar o saco do lixo do caixote do lixo, e colocou tudo num saco maior. Rapaz jovem, delicado e gosta de facilitar as coisas as pessoas (características típicas de um tuga) para ajudar o trabalho, coloca o pacote de chá no saco maior. Mas quando levanto o corpo e a cabeça vai junto (e lógico, senão tinha a cabeça separada do corpo!), bato com a mesma violentamente contra algo de me deixou por segundos, literalmente a ver estrelas. Sem ainda saber o que se estava a passar tento abrir os olhos e é nesse momento que vejo um armário. Tinha acabado de bater na esquina do armário.

Pensei eu que era só um toque e que de mais nada iria acontecer, não e começo a sentir o algo pelo meu pescoço! Ponho a mão e depois vejo o que era...sangue! Pedi ao meu colega mais próximo (e dos poucos de domina bem o inglês), por uma caixa de primeiros socorros. Ainda meio atordoado pela dor, nem me lembro como e que pedia a caixa dos primeiros socorros, se em inglês, se em português, ou numa mistura dos dois. Só sei que fui logo encaminhado para a recepção onde me puseram uma bola de papel gigante para estancar o ferimento. Mas ai já eu estava a começar a vir mais ao de mim, mas a dor não me passava. Lá fomos para o hospital...

Semanas antes tinha conversado com uma amiga minha que não queria ficar doente, porque não sabia se podia confiar num hospital em terras de algures. Isto por experiência pessoal em centros de saúde no interior de Portugal. Médicos bons, mas falta de condições, que por vezes o próprio edifício parecia que tinha resistido a uma guerra. Além disso a barreira linguística e complicadíssima. Por isso e que não queria para ao hospital aqui por nada.

Mas na verdade acabei por ir mesmo para ao hospital. Preparado para ver uma coisa sem condições e de ser recambiado para um hospital melhor na cidade mais próxima, mas não...nada disso. Quando eu entro com o meu colega, que me assistiu desde o inicio, e que iria servir de tradutor naquele momento, vejo um hospital ultra moderno. Tudo novo, limpo, arranjado, com bom ambiente, que só mesmo com o cheiro característico e que o identificava aquele interior como um hospital. Ele tinha me dito a entrada que o hospital era novo e que era um dos melhores da zona, claro que eu mesmo apesar da pancada que tinha dado e encontrar-me ainda atordoado, eu não acreditei no que ele disse. Ele tinha dito a verdade e nunca esperei ver o que vi. Depois do preenchimento da papelada, fui bastante bem tratado. "Um estrangeiro por estes lados, mas que diabo ele faz por aqui?", " um português? Aqui?" Foram algumas das perguntas de devem ter corrido por aquelas cabeças

Passei mais tempo nas salas de assistência, raio-X, cirurgia, e cuidado primários do que na sala de espera. A sala de espera tinha uma coisa que para mim não muito vulgar. Tinha umas mesas no centro e à volta as cadeiras. A mesa era tão alta que era muito boa para jogar as cartas.

Lá me raparam o cabelo naquela parte da cabeça e deram-me um ponto. O único ponto que levei, e ainda para mais sem anestesia. Só o levei por segurança e a anestesia foi por opção do médico que não era necessário levar. Se fossem mais pontos, tinha levado. Mas não levei mais e ainda bem, porque senão o caso era bem pior do que eu tinha imaginado.

Apesar ter sido bem tratado, mandaram -me para casa descansar. Isto foi na quinta-feira, por isso tive um fim-de-semana mais alargado, mas passei o tempo todo a dormir e só sai mesmo de casa, no sábado, para comprar comida e regressar logo, para dormir mais.

Quando regresso na segunda-feira ao trabalho foi quando eu voltei a abrir a mala, além da camisa com sangue ainda lá estar. Estavam também os papéis do hospital. Não e que se tinha enganado no meu nome e no código postal. Os últimos três números que deveriam ser 101, estava escrito LOL....

[26] Obras

Como o trabalho já e muito por aqui, ainda para mais chego depois do almoço e o que eu oiço? Berbequim martelo mesmo ao meu lado. Estavam a furar o chão mesmo ao meu lado. O barulho era insuportável, mas mesmo insuportável, que nem com os auriculares nos ouvidos, com o volume da música no máximo conseguia abafar o barulho.

Claro que ninguém conseguiu estar aqui dentro com este barulho!

[25] Mas que porra de terra!

Mas que porra de terra é esta? Já no fim do mês de Março e ainda neva. Ou existe dias de bastante sol como estava de manhã, que só apetece dar uso aos óculos de sol, ou está a nevar. E lá tenho eu que usar novamente o casaco de neve e o gorro. Ainda por cima ainda me dizem por aqui que o tempo esta bastante anormal. Eu já nem sei o que e normal ou anormal por aqui!

Eu de mangas de camisa dentro do escritório, enquanto lá fora a bela da neve branca cai do céu sem parar nem abrandar. Tudo em reuniões e eu aqui sozinho no escritório, a ouvir musica. Beautiful Day dos U2. Coincidência! Enquanto estou a ouvir musica, ver a neve através da janela que esta à minha frente, e eu escrevo a reclamar do tempo.

Que cena tão gira, entanto dou aqui à tecla, vejo os carros de cor vermelha (ou encarnada) a ficarem brancos. Só de me lembrar que trouxe um casaco para Primavera. Antes de ir para casa, ainda tenho que ir ao banco tratar de umas coisas, nem quero imaginar como vou chegar a casa.

Independentemente de tudo, mulheres bonitas, bom emprego, comida péssima, mas estou a ficar realmente a ficar farto disto. E o tempo é o pior dos piores factores.

[24] “Curva” para a caldeira!

De manhã um lindo sol, toda a tarde o mesmo. Chega à noite e começa a nevar de tal maneira que as minhas belas e adoradas janelas ficaram com um manto branco de neve. A temperatura interior baixou tal como a exterior. Como estou só a viver neste casa, praticamente duas semanas, estava longe de imaginar o que iria acontecer.

Todos os dias a mesma hora lá vou eu tomar banho. Adoro esta banheira, porque posso deitar-me la dentro e encher-me de água bem quentinha. Enquanto la fora esta a nevar. Ontem era para ter a mesma ocasião mas... quando abri a torneira começou a sair uma coisa do chuveiro que mais parecia água congelada do que água quente. Imaginem eu deitado dentro da banheira, todo nu como seria normal, e começo a ter um arrepio de frio pela espinha acima, de tal modo que até saltei. Parecia que tinha apanhado um choque electrico. Fartei-me de mexer na torneira e nada, só água fria ou congelada. Parvo da vida, comecei logo a pensar que os russos tinham fechado o gás ao país. Sei lá, se era verdade ou não, mas eu não vejo muito as noticias locais, e as do meu país não fazia qualquer referencia a ao assunto. Como tem sido habito dos russos lembrarem-se fechar o gás, por estes lado, que já não me admirava nada.

Abri a porta da casa para ver se os contadores estavam a funcionar, apesar de ainda me encontrar como vim ao mundo, tive uma ligeira sorte de nenhum vizinho meu ver-me naquela triste figura. Continuei na mesma triste figura à procura de um modo para aquecer a agua. Micro-ondas seria uma boa hipótese, talvez o forno. Mas acabei por descobrir que não funciona, e é electrico. Naquela das quelas, resolvo abri o gás da placa do fogao. E como milagre este funcionava. Afinal não era falta de gas! La pôs a agua aquecer numa panela grande. Mas teve que ser varias vezes.

Afinal era a caldeira que estava avariada, e claro que se não tinha agua para tomar banho, também não tinha aquecimento central como seria logico.

Na manha seguinte acordei parecia que tinha dormido num cubo de gelo.

Sabem qual e para mim a pior coisa nisto tudo? A caldeira é um dos produtos que a empresa, onde estou a trabalhar, produz!

P.S.: A palavra curva por aqui e o mesmo que merda para nós

domingo, 29 de março de 2009

[22] A ameaça

Apesar do dia estar a correr bastante bem e a noite de igual modo, mas infelizmente alguém conseguiu estragar. Mas porquê e que existe sempre alguém para estragar? Não falo dos chamados “empata fodas”, mas sim de outras pessoas. Pessoas que gostam de fazer a festa e lançar os foguetes. Mas que perante mais um copos, mostram-se aquilo que valem. Neste caso uma pessoa conseguiu quase estragar a festa. Ameaças físicas e verbais não são dignas que quem se gaba de praticar artes marciais. Posso ter ser ameaçado, pela mesma pessoa que trabalha comigo, mas só me garante uma coisa: não posso confiar nela custe o que custar. O álcool subiu demais, e mostrou o que vai na alma. Podia estar em desvantagem física ou não, nunca se sabe, mas o meu corpo franzino esconde muita coisa. Preferi usar a vantagem psicológica. Fazer passar de bobo da corte consegue-se muita coisa, inclusivamente fazer que os nossos adversários pensem que tem o controlo sobre nós, mas na realidade acabamos de começar a fazer a manipulação deles, até aonde nós quisermos. No meio disto tudo deixei um recado nas entrelinhas e espero que tenhas percebido: Não vale a pena contares comigo.

Parabéns, conseguintes mostrar aquilo que eu pensava.

[21] Brno – Fim-de-semana

Segunda maior cidade deste país e meras duas hora e meia de carro. Claro que pelo caminho passamos por uma cidade grande e importante chamada Olomouc.
Fotos só de Brno.

The Villa

Praça Principal

Fonte e antiga Sede da Gestapo

Entrada Principal da Catedral

Panoramica sobre a Catedral

Castelo de Brno
Sinos do Castelo
Pavilhão Desportivo
Rua mais cara de Brno

quarta-feira, 18 de março de 2009

[21] O desastre da cozinha


Na próxima experimenta não colocar o plástico de protecção, no micro ondas, que estiveres a grelhar.

[20] Estranhos hábitos

Estranho hábito este… nunca imaginei entrar num escritório e quase todos que tão dentro dele a usar chinelos. Até os directores o fazem, inclusivamente a minha colega mini-saia também faz.

Estranhos hábitos estes…

[19] Malta do CAD


 

Todo o trabalho que seria suposto fazer em condições normais, demoraria fazer umas simples e míseras duas horas. Mas demorei o dia todo, isto porque o trabalho é tão pouco que não me apetece ficar o resto do dia a olhar para as paredes.

Apesar de ter uma janela mesmo à minha frente, esta sempre com as persianas fechadas, por causa dos tipos do CAD. Aqueles maluquinhos que ouvem música através dos auscultadores em alto som. Imaginem só! Eu a ouvir, pelo menos a tentar ouvir, com os auscultadores nos ouvidos e mesmo assim ouço a música deles.

Ainda são três horas da tarde, e só eu é o meu chefe está no escritório. Falta uma hora para sair, mas mesmo assim já não sei o que inventar de trabalho. Tudo feito, por esta bela maquina

[18] Vantagens e Desvantagens

  • Vantagem: Viver no mesmo andar, que os colegas tem a vantagem de estarmos sempre juntos.
  • Desvantagem: Sabermos sempre com quem e que eles passaram a noite passada e o vice versa para nós.
  • Vantagem: Viver num pais onde as mulheres sao bonitas por natureza e gostam de se produzir e uma grande vantagem.
  • Desvantagem nº1: Saberemos que uma colega nossa e professora por formacao e usa sempre uma tanguinha debaixo daquelas saias bem apertadas ao corpo. Alem de ser extremamente bonita e no trabalho andar sempre com aquela cara de dorona. Despertamos sempre no nosso intimo de queremos ser alunos novamente. E poder levar umas reguadas dela por castigo.
  • Desvantagem nº 2: Nunca, mas mesmo nunca conseguirmos concentrar no trabalho. De igual modo distrairmos com relativa facilidade na rua. E depois quem paga sao os desgracados dos poste ou das arvores que estavam tao bem sossegados no seu lugar.

[17] Electriciadade Vs. Internet

Quando a luz falta é uma verdadeira desgraca. Não temos: TV, computador, excepto para quem tem portátil, mas quando a bateria chega ao fim. Se for de noite ainda melhor! É mais romantico, se tivermos a companhia ideal

O que me tem acontecido nos últimos dias é precisamente isto mesmo. De repente a luz falha e todo o meu departamento começa aos berros porque houve falha de energia. Mas so dura ai uns 5 a 10...segundos! Porque de seguida desaparecem todos e fica o desgracado, que usa portátil, a trabalhar. Vantagem na desgraca, fico a vontade e bastante a vontade, porque posso ouvir musica sem usar os auscultadores.

Houve um deste dias que a energia faltou, mas fomos avisados, porque era mesmo um corte interno para se mudar um cabo, devido a obras internas no edifício onde trabalho. Mal foi dado o aviso foi a debandada geral. Só faltou mesmo o director geral, só que esse já tinha debandado para férias já alguns dias. Quando isso aconteceu tive a estúpida idéia de disser ao um dos muitos managers que por aqui existem. Daqueles que andam sempre de gravata e camisa, mas sempre com o cabelo oleoso, mas mesmo por falta de banho. Que a empresa precisava era de um sistema de UPS. Mas... mais valia estar era calado. Se não existe dinheiro suficiente para a água para um banho, quando mais para um UPS. E tal como os portugueses, a culpa nunca é de ninguém.

Agora imaginem mesmo não ter internet. A de casa, ontem à noite ficou subitamente sem acesso. Hoje enquanto estou a escrever isto é porque estou desesperadamente sem fazer mesmo nada. Tive que arranjar alguma coisa para fazer, porque fiquei sem Internet. Alias eu já não tinha acesso total, mas so com algumas paginas tipo Wikipédia e ao equivalente do nosso motor de busca nacional, Sapo. Mas por agora fiquei mesmo sem acesso a nada. Nem ao email. Em relação ao resto do trabalho estou a espera dos emails com a informação para poder terminar os trabalhos suspensos.

[14] Joaquim de Almeida, traduzido para polaco

A emoção de um filme de acção traduzido para Polaco. A mesma voz para todos os autores, mas sem qualquer tipo de emoção. Aqui temos o nosso Joaquim de Almeida, completamente traduzido em polaco.


Não sei é o nome do filme.

[16] O silencio do escritório

Quase duas dezenas de pessoas dentro do mesmo escritório onde estou. Mas nem uma palavra. Tudo concentrado no seu próprio trabalho. O silencio é grande, só mesmo interrompido pelos constantes clicares vindos dos ratos de cada um.

[15] Top 5 List

Aqui em terra de algures, é complicado ouvir musica que eu entenda o que estão a dizer. Mas, no entanto existe aqui no máximo duas estações de rádio local que têm o hábito de passar música estrangeira. Isto é música inglesa, na sua playlist. Nessa mesma lista encontram-se nada mais nada menos que cinco músicas tocadas e cantadas em inglês. A mesma foi carinhosamente apelidada por nós, os poucos estrangeiros que por aqui estão, de "Top 5 Playlist". Nessa mesma lista podemos encontrar as seguintes músicas:

  1. Lady Gaga – Poker Face;
  2. Pussycat Dolls – I Hate This Part;
  3. Kevin Rudolf feat Lil` Wayne – Let It Rock;
  4. M.I.A – Paper Planes;
  5. Akon – Right Now ( Na Na Na).

Agora imaginem, estas mesmas musicas repetirem de hora a hora. Mesmo que gosta-se delas, começa a chegar a uma certa altura que tenho que considerar uma tortura psicológica das mais avançadas que podem existir. Agora imaginem eu no escritório a levar com estas músicas o dia todo e depois chegar ao carro, ter que levar com a mesma dose até chegar a casa. Só posso dizer uma coisa...SOCORRO! TIREM-ME DESTE FILME.

terça-feira, 17 de março de 2009

[13] O ataque das Feras

Se és estrangeiro nesta terra no meio no nada, têm muita atenção. Elas são bonitas e provocadoras, eles são feios, porcos e estúpidos. O contrates bruto, feio e cru da realidade. Eles são poucos que falam inglês, a não ser que sejam engenheiros ou gestores que trabalham para empresas estrangeiras, nesse caso sim, encontras tipos que falam inglês. Agora é muito mais fácil encontrar uma mulher que fale inglês, porque ou são estudantes universitárias ou mesmo professoras. Daquelas que te fazem suspirar e desejares ser novamente aluno.

Mas...

Não existe por aqui mulher na casa entre os 20 ou 30 anos que não seja casada, ou com namorado. Por isso muita atenção!

Vamos a um bar, elas começam logo a tirar as nossas medidas. Vêem logo que somos estrangeiros, e latinos ainda para mais. O que não dá para disfarçar por mais que queiramos. E um latino aqui é um fruto exótico e proibido. Começam por meter conversa, perguntas da praxe, porque estas por estes lados? Onde trabalhas? O que fazes na empresa? O que gostas daqui deste país? Desde quando estas por cá? Entre muitas mais coisas. Não tem pudor ou preconceito nenhum em meter conversa e de igual modo em que alguém meta conversa com elas. Não existe qualquer tipo de preconceito. A conversa começa a desenrolar-se, começamos a pagar uns copos e a conversa começa a fluir melhor, já se agarram a nós como se conhecemos há vários anos ou que somos um casal. Até que chegam a um ponto que descobrimos que têm namorado. Que por mero acaso é a frase que elas melhor dizem em inglês. E o namorado delas ou está no outro lado da sala, ou mesmo atrás de nós.

Vamos a uma discoteca, e mal entramos, todas aquelas cabecitas com carinhas larocas, começam automaticamente a rodar em nossa direcção. Nunca vi tanta telepatia junta e a comunicar entre elas. Parecem radares atrás dos aviões em plena batalha aérea. E depois de fixo o alvo, e difícil largar - Alvo as 10h e a dirigir-se para o bar latino a dirigir para a pista de dança às 3h - tentam arranjar maneira de obterem conversa connosco. Mas primeiro, estas pequenas, grandes e lindas feras começam como os gatos, a rondar o ratinho, e depois começam a brincar com ele. E por fim, é que atacam!

Se gostares de dança, entra na pista devagar, porque é muito provável estar só mulheres por lá. Porque os poucos homens que devem estar por lá, estão mesmo bêbados. Depois de entrares não te preocupes, elas começam a circular ao teu redor, tipo tubarões esfomeados a volta do peixe moribundo. Quando deres por ti alguma delas já esta agarrada bem a ti, como uma lapa numa rocha. Provocam, esfregam-se em ti, e por mais que tentes evitar, o teu cérebro masculino começa a pensar em outras coisas excepto em dançar e curtir a música na pista de dança.

Mas se quiseres ver o verdadeiro esplendor deixa que o DJ toque uma determinada música. Esta musica que estou a falar é das Pussycat Dools com um nome de A girl like me. Mal comece a tocar o meu conselho é ficares bem fora da pista de dança a ver. E só mulheres, todas elas a mexerem-se de uma forma tão excitante que os teus próprios olhos ficam vidrados de tanta vibração. A tua cabeça de cima deixa simplesmente de funcionar, só mesmo a de baixo e já com o Zezinho a querer espreitar de curiosidade. Consegue ser mais sensual que a dança do ventre e só não é um striptease, pouco falta. Porque as roupas já são curtas e poucas, por isso!

Por isso deixo um recado a todos os jovens da minha geração/idade: Se vierem aqui com a intenção de ir à caça, preparem-se que vão ser caçados. E bem caçados!